A escola é um dos
ambientes mais importantes na vida de uma criança/adolescente durante o seu
desenvolvimento. Mas infelizmente não tem sido um espaço neutro onde deveria
ter o objetivo de transmitir o conhecimento de forma pura e sem qualquer tipo
de manipulação ou influencia seja ela qual for e um ambiente formador de
opiniões, tornou-se um local alvo de divulgação política e cultural.
As principais
dificuldades começam pela própria legislação, A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional Brasileira – LDBEN – Lei nº. 9394/96 nos dá um rumo a seguir,
mas não esclarece como devemos fazer acontecer estes princípios nas nossas
escolas.
É
importante lembrarmos de que nada adianta uma Lei de Gestão Democrática do
Ensino Público que “concede autonomia” pedagógica, administrativa e financeira
às escolas se diretor, professores, alunos e demais partes do processo não a
utilizarem como alicerce de uma
construção contínua, individual e coletiva e ainda entendida como necessária,
já que a interação – respeitando-se as peculiaridades de cada instituição –
entre a família e a escola permitiria um mútuo acompanhamento e, ainda, uma
troca de experiências que poderia enriquecer as possibilidades de ação junto às
crianças, além da garantia dos seus direitos.
Nesse
sentido há ainda a falta de abertura de espaço para diálogos e compartilhamento
de discursos entre professores e alunos, com a intermediação de psicólogos
educacionais e a presença dos pais e familiares, isto gera uma situação onde
pedagogia e didática são longínquas a realidade do aluno assim a escola prepara
este aluno para continuar na escola e não para a vida podendo gerar
consequências graves no futuro.
No
mais a falta de interesse dos pais, alunos e professores, a falta de tempo dos
vários segmentos da sociedade para o dialogo e melhores condições de trabalho
são obstáculos comuns a mudança de mentalidade para implantação de um trabalho
participativo, Trabalho participativo é um processo complexo que envolve vários
cenários e múltiplas possibilidades organizativas sendo necessário o
compromisso de todos os sujeitos envolvidos no contexto interno e externo da
escola para que a gestão participativa tenha sucesso.
Vale frisar que,
mesmo diante de todas essas dificuldades (legislação, família, recursos
escassos, sociedade), nem a escola e nem o professor deve desistir de ser o
agente transformador na vida de cada aluno. Pois como sabemos o aluno quando
chega à escola ele já traz consigo uma singela “bagagem” que deve ser
trabalhada na escola para que no futuro ele se torne um individuo formador e
transformador de opiniões.
Há um desafio diário
para nós professores, que além de termos que superar essas barreiras ainda
temos que enfrentar ameaças como, por exemplo, as reformas educacionais que de
forma sútil demonstram pouca confiança no trabalho docente.
É uma luta, pois ao
passo que nós intelectuais transformadores precisamos ir contra as injustiças
econômicas, políticas e sociais também temos que criar as condições que deem
aos nossos alunos a oportunidade de tornarem-se cidadãos, que tenham o
conhecimento e coragem para lutar. Pode até ser difícil, mas infinitamente
gratificante.